Alexandre Simões Ré

Alexandre Simões Ré é natural Lisboa, freguesia de Belém, filho de João Simões Ré Júnior e de Ana Maria São José, nascido a 19 de Agosto de 1880. Do casamento, em Ílhavo, a 22 de Fevereiro de 1902, com Maria Nunes Vidal, nasceu uma prole de oito irmãos – seis filhos e duas filhas. Dos seis varões, quatro foram oficiais da Marinha Mercante e outro, Alexandre, foi motorista/maquinista. Exerceu a profissão de pescador do bacalhau desde 1907. Surgiu pela primeira vez como capitão, na escuna Loanda, no ano de 1912, pertença da Sociedade Africana da Pesca do Bacalhau, com praça na Figueira da Foz. Nos anos de 1913 e 14, passou para capitão do lugre-patacho Mindello, da mesma empresa armadora e da mesma praça. Entre 1915 e 1919, o rasto perdeu-se-lhe. Aparece relacionado com o lugre (?) Fãozense, construído em Fão, tendo acompanhado a construção do navio. Alexandre Simões Ré comandou-o entre 1921 e 1924, o que o jornal O Ilhavense, à época, confirma. Na safra de 1925, passa para capitão do lugre Paços de Brandão, da praça do Porto, na 1926, supõe-se ter sido capitão do lugre Silva Rios, também da praça do Porto e na de 1929, comandou o lugre de madeira Maria Carlota. E de lugre em lugre, lá foi andando, num vaivém, de barra a barra. No ano de 1930, Alexandre Ré surge como capitão do lugre Adamastor, e no de 1931, do lugre América, ambos da praça do Porto, Nos anos de 1932 a 36, por lacunas de informação e, provavelmente, por tempos de crise, perde-se-lhe a esteira, com excepção do ano de 1933, em que aparece como capitão, no lugre Rosita. Na safra de 1937, é, de novo, capitão do velhinho Argus, pertença da PGP., com o filho Armindo, como piloto. Jamais as suas vidas profissionais se separaram. Na safra seguinte, de 1938, os papéis inverteram-se. E a partir daqui, foi sempre assim. Nas campanhas de 1939 e 40, Alexandre Ré foi o piloto do lugre-motor, Creoula, de 1937, também pertença da PGP. Nas campanhas de 1941 a 43, seguiu-se o Argus de ferro, em que o trio da oficialidade se manteve. O lugre-patacho Gazela Primeiro meteu-se de permeio, tendo sido Alexandre Simões Ré, seu imediato. E assim foi entre as safras de 1944 a 48. E, em final de carreira, durante as safras de 1949 a 51, Alexandre Ré foi imediato do filho Armindo, capitão do navio-motor Vaz, da empresa Brites, da praça de Aveiro. Aposentou-se em Novembro de 1957, depois de cerca de 50 anos de mar, servindo uma panóplia de veleiros de madeira e de aço, tão diversificados e das mais diferentes praças. Ainda saboreou a sua reforma durante alguns anos, entre a família numerosa, que tinha. Faleceu a 2 de Fevereiro de 1967, vítima de uma trombose, com 86 anos.
(Texto de Dr.ª Ana Maria Lopes)