João Maria da Madalena

João Maria da Madalena, desempenhou o cargo de piloto do lugre Gamo, que, em 1918, foi bombardeado por um submarino alemão camuflado, tendo sobrevivido a uma aventura extenuante. Salvaram-se 34 dos 39 náufragos que tripulavam o dito bacalhoeiro, tendo aportado ao Faial em 8 pequenos dóris, quase sempre sem comer nem beber. Nado (18 de Outubro de 1899) e criado em Ílhavo, começou por sofrer cedo esta tremenda e trágica experiência de mar, aos 18 anos de idade, o que muito possivelmente, o terá marcado para a vida. No entanto, o seu currículo marítimo não ficou por aqui. Tendo, muito possivelmente, andado cerca de 20 anos na marinha de comércio, voltou à pesca bacalhoeira, tendo exercido em 1938, o comando do lugre Santa Regina, tendo tido o infortúnio de naufragar. Também conhecido por João do Grande, nas campanhas de 1939 a 41, «o nosso capitão» foi piloto do lugre Cruz de Malta, pertença de Testa & Cunhas, Lda. Nas viagens de 1942 e 43, foi imediato do afamado lugre Milena, tendo, entre 1945 e 1948, comandado o lugre Senhora da Saúde, da praça de Aveiro. Mudando de processo de pesca, na campanha de 1949, fez a viagem inaugural, como imediato, no arrastão Invicta, construído na Holanda, em 1948, para a Companhia de Pesca Transatlântica, Lda., da praça do Porto. A partir do início dos anos 50, suspendeu a âncora, ao comandar o navio de cabotagem Dione, construído em 1951, tendo tido, vários imediatos de Ílhavo. O Capitão João do Grande foi um homem zeloso, trabalhador e amigo da família, de cuja companhia se viu privado tanto tempo, pelas ausências marítimas, cheias de perigos e agruras, desde a mais tenra idade.
(Texto de Dr.ª Ana Maria Lopes)