João Carlos Celestino Gomes

Nasceu em 5 de Outubro de 1899, concluindo o curso de Medicina em Coimbra em 1927. Foi médico municipal no Montijo e médico escolar na Escola de Regentes Agrícolas de Santarém. Foi provedor da Misericórdia de Canha e dirigiu e secção de Educação Sanitária da Campanha Nacional de Educação de Adultos. Foi professor de Profilaxia Social da Tuberculose no Instituto do Serviço Social. Escreveu no Diário de Notícias, durante vários anos, sobre o tema “É Bom Poupar a Saúde” e foi responsável pelo programa “Haja Saúde” na Radiotelevisão Portuguesa. Foi um dos valores intelectuais e artísticos mais destacados de Ílhavo. Escrevia versos, novelas, romances, discursos, desenhava, pintava e gravava em madeira. Na sua juventude, foi mentor de teatros improvisados num casarão adaptado da casa da D. Joaninha, onde hoje serve de sede ao Illiabum Clube, na Rua Arcebispo Pereira Bilhano. Nesse casarão, João Carlos transformou-o numa casa de teatro, com cenários próprios, que ele próprio pintou, auxiliado por Teodoro Craveiro, realizando, à tarde, espectáculos sucessivos com casa à cunha, os quais constavam de recitativos, comédias, cançonetas, duetos, tercetos e os mais arrojados números de teatro ligeiro, que alcançavam um enorme êxito. Foi autor da peça teatral, em verso, “In Hoc Signo”, representada num sarau de beneficência, no Teatro da Vista Alegre e ensaiada por Henrique Cardoso. Foi um dos fundadores da Plêiade Ilhavense, grupo cultural e de propaganda de Ílhavo e, durante vários anos, director do semanário local “ Beira-Mar”. Muitos dos seus trabalhos encontram-se no Museu Marítimo de Ílhavo.