Manuel Nunes da Fonseca

Manuel Nunes da Fonseca, filho de José Nunes da Fonseca, professor oficial da Instrução Primária e de Maria Rosa da Conceição Fonseca, nasceu em Ílhavo, a 19 de Março de 1906. Do casamento com Eduarda do Béu Senos, nasceram dois filhos, Maria José Senos da Fonseca (D. Zeca) e João Manuel Senos Nunes da Fonseca. Licenciou-se na Universidade de Coimbra em Histórico-Geográficas, em Junho de 1930, tendo sido a sua pasta de luxo, pintada por Palmiro Peixe. Foi professor de História e Geografia na Escola Comercial e Industrial de Águeda, Figueira da Foz, Viana do Castelo, Porto e Aveiro. Também leccionou, em acumulação, alguns anos, no Colégio de Ílhavo e no Magistério Primário de Aveiro. De forte personalidade, reservado e algo sisudo, por vezes, era temido pelos alunos. Em contrapartida, nas lições de História que foi dando ao filho, em diversas situações, ao longo da vida, cativou-o e despertou-lhe o gosto pela disciplina. Acompanhava a esposa nas reuniões democráticas, em tempos fascistas, mas do que gostava mesmo era de conviver com amigos mais íntimos, diante de umas boas vitualhas. O Senhor Doutor era muito esquisito na assadura do carneiro – constava. Ele e a Família sempre estiveram envolvidos nos antigos festejos da Senhora do Pranto, pela proximidade e localização lá para Cimo de Vila. Tocador exímio de harmónio, como todos os Fonseca. Pelos anos trinta, fez parte dos elementos da Velha Guarda do Sport-Ílhavo – as «velhas glórias» do Futebol Ilhavense. No biénio de 1946/47, foi Presidente da Assembleia Geral do Grupo dos Amigos do Museu e, mais tarde, do Illiabum Clube. Aposentou-se em 1975, tendo ocupado os seus tempos livres com uns «labores na horta» e com a caça. Deixou de pertencer ao reino dos vivos, a 2 de Outubro de 1976, com 70 anos.
(Texto de Dr.ª Ana Maria Lopes)