Armindo Simoes Ré

O Capitão Armindo Simões Ré nasceu em Ílhavo em 20 de Agosto de 1907. Filho de Alexandre Simões Ré (1880-1967), também oficial da Marinha Mercante, e de Maria Nunes Vidal, casou com a Arlinda da Silva Ré, de quem teve as quatro filhas.
Já não teria pertencido àquela geração em que iam prematuramente para o mar, mas, em tempo de crise, teria embarcado como ajudante de cozinheiro, num navio em que o Pai andava. Dizia-se ser pessoa muito hábil na cozinha.
Segundo o jornal Beira-Mar de 26 de Abril de 1931, exerceu o cargo de piloto, no lugre América, da praça do Porto, tendo feito as campanhas de 1933 a 38, no dito Argus velho, também como piloto. Ascendeu ao seu comando em 1938.
Nas campanhas de 1939 e 40, Armindo Ré foi imediato do lugre Creoula, passando, nas safras de 1941 a 43, para imediato do Argus.
Mas o lugre-patacho Gazela Primeiro meteu-se de permeio e Armindo Ré tornou-se capitão deste mítico navio, nas safras de 1944 a 48, inclusive.
Quando, perante um convite da empresa Brites, Vaz & Irmãos, Lda., o «nosso» capitão foi buscar o navio-motor, de ferro, Vaz, à Holanda, para o comandar na campanha de 1949, perfazendo 21 safras, estamos perante um caso de fidelidade a uma empresa, Até 1969! Foi o seu navio.
No Dia da Marinha, a 8 de Julho de 1970, na presença do Almirante Tenreiro, o Ministro da Marinha, Almirante Pereira Crespo, condecorou Armindo Simões Ré, com a medalha Vasco da Gama.
Depois de ter deixado o mar, Armindo Ré ficou por terra, entre o carinho da família, alguns bons anos, não sem deixar de ir diariamente à empresa que ultimamente servira, indo encontrar-se, de seguida, com alguns colegas, junto ao Bispo.
Acamado no último ano por problemas respiratórios, «partiu» a 19 de Setembro de 1994, com 87 anos vividos.
(Texto de Dr.ª Ana Maria Lopes)