Julio Correia da Rocha Calisto

Júlio Correia da Rocha Calisto, nasceu na vila de Satão, em 23-8-1897. Pertencia a uma família republicana, sendo filho de Gualdino Manuel da Rocha Calisto e de Ermelinda Correia.
Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, tendo depois aberto escritório de advogado em Ílhavo.
Casou em Lisboa em 1925 com Clotilde do Carmo de Castro Bizarro.
No início da carreira profissional, ainda que por pouco tempo, presidiu à Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Ílhavo, no ano de 1926.
Durante as sua vida manteve sempre actividade política. Com outros democratas, em 1956 em Aveiro participou na comissão executiva das Comemorações do 65º Aniversário do 31 de Janeiro de 1891, e na comemoração da Revolução Liberal de 16 de Maio de 1828. E discursou em Santarém na comemoração do Dia de Camões.
Fez parte da organização do 1º Congresso Republicano em Aveiro em 1957, e foi candidato à Assembleia Nacional pela Oposição Democrática.
Na sua região integrou um grupo de oposicionistas ao regime, entre eles Álvaro Seiça Neves, João Sarabando, Mário Sacramento, Fernando Moreira Lopes, Manuel da Costa e Melo, Joaquim Rodrigues da Silva, e outros.
Naturalmente vigiado pela P.I.D.E. foi por ela preso sete vezes entre 1949 e 1962.
Manteve-se sempre próximo da academia de Coimbra. Escrevia crónicas para a revista Rua Larga, entre 1957 e 1962. Na comemoração em Aveiro do 70º aniversário da Tuna Académica a que pertencera, escreveu e recitou uns versos evocativos. A propósito da reunião do Curso Jurídico de 1916-1921, realizada no 40º aniversário, publicou depois uns versos alusivos a que chamou “Reportagem versejada”.
Júlio Calisto morreu em Ílhavo no dia 4-8-1973.