Leonilde Oliveira da Velha

Cresceu entregue aos cuidados de duas tias, já que sua mãe se fixou no Rio de Janeiro, onde contraiu segundo matrimónio. Depois do ensino primário, matriculou-se na Escola Normal de Aveiro, tendo contudo abandonado o curso do Magistério Primário. Dedicou-se então a aprender a arte de bordar, recorrendo aos ensinamentos de D. Vitória Gomes Vidal (irmã de Diniz Gomes), pessoa muito competente nesta arte. Ficou viúva muito cedo, apenas com 28 anos de idade e com dois filhos pequenos. Moradora na Rua Direita, foi com a arte de bordar que conseguiu a sua subsistência. Eram inconfundíveis os seus trabalhos: jogos de cama, toalhas de mesa, vestidos de noiva, bandeiras, estandartes e galhardetes de entidades oficiais e religiosas e de agremiações recreativas. Já na parte final da sua vida, dedicou-se a quadros com motivos florais. São exemplos do seu profícuo trabalho, as bandeiras da Câmara Municipal de Ílhavo, dos Oficiais da Marinha Mercante de Ílhavo, dos Bombeiros Voluntários, do Illiabum Clube, do Recreio Artístico de Aveiro, Bombeiros Velhos de Aveiro e do Recreio de Águeda. Ficaram também célebres, os cravos vermelhos bordados por Leonilde da Velha, por altura do 25 de Abril de 1974.
(Texto adaptado de Torrão Sacramento In O Ilhavense)