João Pereira Ramalheira Junior

João Pereira Ramalheira Júnior, filho de João Pereira Ramalheira Sénior e de Rosália Joaquina de Jesus, nasceu em Ílhavo no dia 23 de Junho de 1874. Do casamento com Victorina da Graça Rocha a 27 de Novembro de 1897, nasceram doze filhos, de que faleceram cinco, ainda crianças. Restaram – João, Aníbal, Judith, Ângelo, Paulo, Maria Rozália e Elmano. Matriculou-se na escola de pilotagem da Capitania do Porto do Porto, com 17 anos, em 1891, de onde saiu aprovado. Depois de uma visita a Ílhavo em Janeiro de 1893, seguiu para Lisboa a bordo da barca Maria Luiza, segundo referência nos seus escritos. Regressou a Lisboa em Setembro deste mesmo ano de 1893. A 10 de Novembro foi para bordo da chalupa Baccarat, em Viana do Castelo, como marinheiro, sendo mestre o seu querido pai. Em 1894, com 20 anos, passou a ser piloto do patacho Neptuno da Parceria Geral de Pescarias (PGP), em viagem para os Bancos da Terra Nova, a que voltou em 1897 e 1899. Nas safras de 1895 e 96, passou, como piloto, pelo lugre Labrador. Com 22 anos, fez parte do famoso grupo inicial Chio-Pó-Pó de 1897, que saiu à rua a propósito duma charge político-local, com Dr. Samuel Maia, Marcos Ferreira Pinto Basto, João Francisco da Rocha, Eduardo Craveiro (Pai), José Craveiro Júnior, Diniz Gomes, Manuel Sacramento, Manuel Teles Júnior, Abel Regala, Samuel Ramos, José Mendonça e Adriano Neto Júnior. Na primeira viagem após o casamento, na safra de 1898, embarcou no Porto, na barca Quitéria, como piloto. No ano de 1900, voltou a embarcar de piloto no velhinho lugre de madeira, Argus. Quase definitivamente, ascendeu ao cargo de capitão, nos anos de 1901 e 02, da escuna Hortense, a que já não voltou. Em 1903 e 1904, embarcou no lugre Gamo, em 1903 de piloto e em 04 de capitão, a que terá voltado nos anos de 1909 a 1912 (inclusive). Depois de ter ficado em terra, na Azinheira, no ano de 1905, – refere o próprio – exerceu o cargo de capitão no hiate Razoilo, nos anos de 1906 e 07. Restam algumas dúvidas acerca desta sua presença no Razoilo e em que Razoilo. Depois de uma primeira viagem feita na escuna Creoula, na safra de 1908. a última viagem aos Grandes Bancos, atestada pelo próprio capitão, foi feita na mesma escuna, no ano de 1913. No ano de 1914, ficou em terra, supervisor na seca, nos terrenos que a PGP, aí detinha, em Darque. Por esses anos, toda a família seguiu para a Azinheira, tendo passado a gerente da Parceria Geral de Pescarias, a partir de Outubro de 1918. Aposentou-se em 1935, tendo vindo viver definitivamente para Ílhavo, onde veio a falecer, vítima de trombose, em 7 de Julho de 1944, com 70 anos.
(Texto de Dr.ª Ana Maria Lopes)