Eduardo Vaz Craveiro

Eduardo Vaz Craveiro nasceu no dia 30 de Junho de 1901 na Rua de Camões em Ílhavo. Fez o ensino primário na Escola de Cimo de Vila. Seguiu para o Liceu Nacional de Aveiro, o seu nome aparece no Anuário do Liceu Ano Lectivo 1912/13 com a idade de 11 anos e formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra.
Exerceu a sua profissão em Ílhavo e foi Médico da Casa dos Pescadores de Ílhavo.
Foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia no ano de 1930 e posteriormente em 1971.
Em Coimbra Vaz Craveiro juntamente com Raposo Marques foi orfeonista no Orfeão Elias de Aguiar.
Em 1928 escreveu a letra do “Fado da Despedida do 5º Ano Médico com música de Manuel Raposo Marques. Este fado era parte integrante da peça teatral “O veneno das seringas” escrita por José de Matos Braz e por Vaz Craveiro que foi representada no palco do Teatro Avenida a 25 de Março de 1928. Provavelmente foi Vaz Craveiro a estrear o referido fado nesta representação.
Foi Armando Goes quem primeiramente gravou o “Fado da Despedida do 5º Ano Médico” em Setembro de 1929 em disco de 78 rpm.
Segundo informação de Eduardo Diniz Gomes Vaz Craveiro, filho do autor da letra, a música foi feita por Raposo Marques de parceria com seu pai e não só por Raposo Marques. Porém, na discografia só figura o nome de Raposo Marques como autor da música.
Este “fado de despedida”, na versão de Armando Goes, foi cantado nas Serenatas de Coimbra, transmitidas na 2ª metade da década de 1940 pela Emissora Nacional.
Fernando Rolim gravou este mesmo “fado de despedida” em 1958, sob o título “Fado de Despedida” (Ó meu amor pobrezinho), EP “Fernando Rolim” etiqueta Parlophone. Esta mesma gravação veio a ser reeditada no LP “Fados e Baladas de Coimbra”, etiqueta Valentim de Carvalho em 1971.
Com o título encurtado para “Fado da Despedida”, encontra-se igualmente gravado por Rui Silva, na cassete “Tempos Idos”, Coimbra, public-art 1995. De referir que neste registo só aparece Manuel Raposo Marques como único autor.
A versão de Fernando Rolim foi gravada pelo cantor Carlos Costa no LP “Do Choupal até à Lapa” etiqueta Horizonte ano de 1984. Posteriormente este disco foi convertido para CD “Carlos Costa Quarteto de Coimbra” na mesma etiqueta Horizonte ano de 1994. Mais uma vez o único autor mencionado é Raposo Marques.
Almeida Santos foi outro dos intérpretes que cantaram o fado da despedida.
Vaz Craveiro tem uma obra editada bastante extensa. Em 1927 publicou um opúsculo “A Virgem e a Caridade” cuja receita reverteu para as obras do nosso Hospital. Seguiu-se “Fuso de sonhos” em 1931, “Símbolos” - 1933, “Os Loucos” - 1939, “De Mim, Da Terra e do Mar” - 1941, “Princípio e Intermédio” - 1944, “O Filho de Deus” - 1949, “Escola Primária de Arte Moral” - 1951, “Novelando Saudades” - 1953, “Madalena de Bethânia” - 1953, “Para Além da Medicina” – 1961 e “O Escrivão Pescador” – 1978.
Vaz Craveiro frequentava a tertúlia Ilhavenses, de várias personalidades, Prof. Guilhermino Ramalheira entre outros, que se reunia na sede do Illiabum.