Manuel da Maia Alcoforado

Nasceu em 1840 no Solar de Alqueidão, mais conhecido pelo Solar das Senhoras Maias. Do casamento com D. Maria José Alcoforado, natural de Vouzela, nasceu a única filha, D. Maria Henriqueta da Maia Alcoforado Cerveira. Formou-se em Direito com distinção na Universidade de Coimbra. Preparou-se para o acto de conclusões magnas com duas teses: “O actual estado de civilização: poderá o sufrágio universal considerar-se como verdadeira expressão da vontade nacional?” e “Que reformas deverão fazer-se na legislação pátria eleitoral?” Estudou a Constituição Política de todas as nações da Europa, algumas da América e até da Republica da Libéria para a primeira tese. Fez a história das antigas Cortes Gerais desde o reinado de D. João III até 1698. Incidindo o seu estudo principalmente sobre o Séc. XIX – a eleição das Cortes Constituintes de 1820 até à legislação em vigor para a segunda tese. Em 1874 foi eleito Procurador à Junta Geral e Conselheiro do Distrito pelo partido constituinte. Chegou a equacionar a hipótese de se candidatar a Presidente da Câmara de Ílhavo, contudo nunca foi candidato. Não são conhecidos os motivos. No ano de 1877 edita a revista ilustrada "Museu Tecnológico". O primeiro número desta revista saiu em Abril e tinha 28 páginas. Publicava o artigo de fundo: As diferenças específicas da indústria 1ª e 2ª partes. A revista número 2 surgiu em Julho tinha 44 páginas e era integralmente dedicada ao estudo sobre a indústria do sal. O número 3 é de Agosto e continua o estudo da indústria do sal. O número 4 saiu no mês de Setembro, o número 5 em Outubro, o número 6 em Novembro e continuavam, todas as revistas, a publicar o estudo da indústria do sal que termina neste número. Ao contrário do que alguns escritores e estudiosos de Manuel da Maia publicaram, não foram só 6 as revistas, foram 7. Este último número foi editado em Janeiro de 1878 e era um ensaio de grande fôlego sobre salinas de Portugal, França, Itália, Áustria de Rússia. Com o aparecimento do “Museu Tecnológico” tornou-se muito conhecido tendo recebido os maiores elogios dos intelectuais de então e de toda a comunidade científica da época. Infelizmente a revista só teve sete (7) números publicados, a sua intenção era continuar, mas devido às condições precárias da sua saúde não conseguiu publicar mais nenhuma e esta última já foi publicada em grande sofrimento, pois adoeceu gravemente e não chegou a recuperar totalmente. Foi considerado um dos maiores investigadores do seu tempo. Tinha preparado mais um estudo, sobre a indústria da cerâmica e a Vista Alegre que não concluiu. A Imprensa da Universidade de Coimbra publicou em 1867 o seu livro “Dissertação Inaugural” com 339 páginas que Manuel da Maia Alcoforado dedica à sua Mãe e a seus Tios. O Museu Marítimo de Ílhavo tem um exemplar. Manuel da Maia Alcoforado tem uma Rua com o seu nome na toponímia da nossa cidade que começa no enfiamento da Carlos Marnoto, conhecida como Rua do Pedaço e Avenida Manuel da Maia que vai da Igreja Matriz até ao Solar de Alqueidão.